Pensar que alguns “conceitos sagrados” do mundo corporativo, são repetidos constantemente, que se tornam verdade. Mas, se analisarmos a produtividade das empresas, talvez estes conceitos sejam apenas mitos.

 

Por que tantas ideias e práticas vistas como verdades absolutas no mundo do trabalho se revelam tão frustrantes e são tão odiadas justamente pelas pessoas que deveriam ajudar?

 

Porque, por exemplo, se acredita que a melhor forma de orientar e avaliar seu trabalho é ter metas em cascata cima para baixo, quando para quem está nas trincheiras o procedimento anual de estabelecimento de metas não passa de uma baboseira sem sentido, que pouco tem a ver com sua realidade cotidiana? Porque se acredita que você precisa receber feedback crítico, quando, no mundo real, a maioria de nós foge desse tipo de avaliação e se sente mais propenso a recebê-lo?

 

Porque se acredita que seu superior é capaz de avaliar seu desempenho de maneira confiável quando, nas equipes da vida real, nunca nenhum de nós deparou com um líder abençoado com a objetividade perfeita? Porque você acredita que todo grande líder possui uma lista definida de qualidades, às quais você deseja almejar, quando na realidade nenhum de nós jamais encontrou um líder com todos esses atributos?

Hoje, o mundo profissional está abarrotado de sistemas, processos, ferramentas e pressupostos profundamente falhos que obstruem nossa capacidade de expressar, no trabalho que realizamos todos os dias, o que temos de único.

E assim chegamos à seguinte ideia e, consequentemente aos 9 mitos: hoje, o mundo profissional está abarrotado de sistemas, processos, ferramentas e pressupostos profundamente falhos que obstruem nossa capacidade de expressar, no trabalho que realizamos todos os dias, o que temos de único. E os dados levantados pelas mesmas empresas confirmam isso. De maneira global, o comprometimento dos funcionários é baixo: menos de 20% afirmam estar” totalmente comprometidos” no trabalho. E os economistas, tentando explicar o declínio mundial do crescimento da produtividade desde a metade da década de 1970, sugerem que ‘os avanços tecnológicos que até então, impulsionaram a produtividade no passado já foram implementados por completo e não contribuem mais para ela”. Em outras palavras, quaisquer que sejam nossas práticas hoje, elas não têm gerado muito crescimento.

 

Essas práticas se tornaram tão corriqueiras e arraigadas que é difícil enxergá-las como não sendo a verdade. Encaramos algumas delas como os processos necessários mais frustrantes que as grandes organizações realizam simplesmente que sempre realizaram. Algumas práticas, porém, surgiram a partir das convicções daqueles que comandam as empresas e que acabam nos impondo tais convicções. Reunidas, elas formam a justificativa é o pano de fundo para quase tudo que nos acontece em relação ao trabalho – como somos selecionados para o emprego e como somos avaliados, treinados, remunerados, promovidos e dispensados.

 

Apesar disso, quando analisamos mais atentamente, constatamos a que essas práticas não fazem muito sentido nem entregam os resultados esperados. Poderíamos nos referir a elas como “falsos conceitos” ou “mal-entendidos”, mas, de tanto que tentam nos convencer a respeito delas, quase como se fosse para nos afastar do mundo como ele é de fato, vamos chamá-las de mitos.

 

E aqui, temos os 9 mitos:

 

1) As pessoas se importam para a empresa para qual trabalham

2) O melhor plano sempre vence

3) As melhores empresas estabelecem metas em cascata

4) Os funcionários mais completos são os melhores

5) As pessoas precisam de feedback

6) As pessoas são boas em avaliar as outras

7) As pessoas têm potencial

8) O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é fundamental

9) Existe uma coisa chamada “liderança”

 

Adaptado de M. Buckingham e A. Goodall, Nove Mitos sobre o Trabalho, Ed. Sextante, 2021.